Feel

Depois de tudo que passei, hoje posso dizer que sei um pouco sobre sentir. Não há nenhuma formula nem nada que nos ensine a sentir da forma ‘correta’ ou não. Não da pra aprender lendo um manual, você só aprende a sentir quando sente o coração bater mais rápido, o estomago se preencher de borboletas e você não conseguir vomita-las, a pupila dilatar e o olho brilhar. É assim: o sentimento invade. Você já parou pra pensar no quão injusto é julgar a forma de sentir do outro? Ninguém nasce sabendo, ninguém aprende na escola, passar pela situação é a forma que você tem de aprender. Para mim, Amor romântico foi por muito tempo o nome de alguém. Amor era sentir sede do outro, amor era intensidade, amor era sentir falta e saudade, amor era desespero, amor era ansiedade, amor era coração na boca, amor era coração na mão, amor era amar o outro acima de você mesmo, amor muitas vezes foi dor. Com o passar dos anos e dos danos, eu venho aprendendo que amor é leve, amor é compreensão, amor é aceitação, amor é proteção, amor é cuidado. Eu sempre tive medo de amar novamente, mas isso acontecia porque eu não sabia o que era o amor de verdade. Hoje eu posso dizer que não achei nenhum par que me faça sentir o amor de verdade e que mereça isso de mim, mas logo sei como ele é. Eu posso sentir olhando meus pais, eu posso sentir através dos meus aprendizados. Sentir é dom extraordinário e apesar de toda dor que esse dom me causou, meu maior medo hoje é perder a capacidade de sentir como sinto, tudo a flor da pele, tudo com uma sensibilidade absurda. Das coisas mais simples até as mais importantes como sentir o aroma da rosa do jardim ao lado e despertar um turbilhão de emoções. Como ver seu amor, sua pessoa no mundo, te entregando rosas e você explodir em sentimento bom... É incrível saber que marquei quem amei com as coisas mais simples como uma mania de pegar na orelha do outro, um cafuné, passando o dedo debaixo da axila dessa pessoa pra irritar ou até dando como presente um bonsai mesmo que muitas pessoas não entendam – diga-se de passagem, marcou muito a mim também. Esse foi o primeiro e único presente vivo que dei a alguém e, não importa como ele esteja hoje depois de todo caos, ele vai ta vivo sempre pra mim. Ser sensível é ser apegada a significados e dentro do meu conceito de destino, toda pequena coisa tem um significado imenso.